Porque mais um blog?

É natural que se pergunte:

Porque mais um blog espiritualista de mensagens e poemas em meio a tantos que já existem?

Que teríamos de novo pra oferecer?

Além da simplicidade, sinceridade e desejo de sermos úteis, não temos nada de novo a oferecer, mas gostaríamos de perguntar: será que temos realmente prestado atenção naquilo que temos lido nestes muitos sites e blogs de mensagens ou poemas? Muitos deles trazem ótimas mensagens, lindos poemas e excelentes textos que, se prestássemos mesmo atenção, seriam de grande utilidade para nossa s vidas.

Oferecemos mais um destes blogs com mensagens, poemas e pequenos textos de esclarecimento, porém recomendamos que você leia apenas um texto de cada vez, reflita sobre ele, somente depois leia outro. Nestes tempos de excesso de informação em que vivemos, cometemos o erro de querer ler tudo para saber de tudo e acabamos, na pressa, não lendo nada e não aprendendo nada. Parece que o problema não está na quantidade de blogs e sites, mas no modo como temos nos relacionado com estes textos.

Vamos apresentar textos escritos por espíritos - alguns que ainda estão no corpo físico e outros que já deixaram a matéria densa e desfrutam da liberdade espiritual em corpos menos densos. A preocupação maior desses textos é de contribuir, ainda que minimamente, para tornar a humanidade melhor.

Esperamos que vocês leiam com atenção, desfrutem, reflitam... mas sem pressa!

Não queremos convencer, pregar religião ou fazer a cabeça de ninguém, pois acreditamos que a melhora espiritual só ocorre quando vem de dentro para fora e, para isso, é necessário que tenhamos autonomia. Entendemos que é preciso estar com a mente aberta, livre de dogmas para poder aprender coisas novas.

Se desejar, faça um comentário. Sua opinião e/ou colaboração além de muito importante, será bem vinda.

Do lado direito, logo abaixo, temos os marcadores - através deles você localiza os textos pelo assunto de seu interesse.


Nosso e-mail: umamigalhadeluz@gmail.com

Você pode nos mandar um e-mail ou deixar sua opinião
no final de cada texto. Sua participação é muito importante!

sexta-feira, 1 de março de 2019

ESSÊNCIA E APARÊNCIA


             
             Como se costuma dizer, nem tudo que brilha é prata e nem tudo o que reluz é ouro. Por trás de muita coisa aparentemente bonita e vistosa podem se esconder muitos perigos. Uma bela flor pode esconder um inseto que vai nos picar. O mais prudente, portanto, seria estarmos precavidos em relação às ilusões da aparência. A aparência é algo que se perde no tempo. Nada fica bonito e vistoso para sempre aqui nesta dimensão. Devemos nos preocupar e valorizar as coisas que não perecem, tais como o amor, a justiça e o respeito. O curioso é que essas coisas nem forma física têm. Não é mesmo interessante que essas coisas nem sejam reais do ponto de vista físico? Mas são coisas como estas que mantém este mundo funcionando com um mínimo de ordem. Estas são coisas que podemos chamar de essenciais. Elas são imprescindíveis para nossa existência, mas não é esse o foco do nosso humilde texto.  Citamos estes conceitos apenas para dar uma ideia, ainda que imprecisa, sobre como costumamos nos deixar envolver pelas aparências e não prestamos atenção em coisas cujo valor é bem maior do que outras mais visíveis.

                Nosso discurso não é novo, pelo contrário, essas ideias já foram divulgadas há muito tempo. Desde as mais remotas eras já se falava que o importante era a essência e não a aparência. Platão, em seu “mundo das ideias” retrata bem o que estamos querendo dizer. Quando é que vamos entender de uma vez por todas que mais vale o espírito imortal do que o corpo perecível? Ah! Como a humanidade viveria melhor e mais feliz se prestasse atenção nas coisas essenciais. Como aproveitaria melhor o seu tempo na Terra desenvolvendo as faculdades espirituais. Não desejamos passar a ideia pessimista de que a humanidade não tem jeito. Não é isso que desejamos. Digamos que nosso texto traz um suspiro de cansaço. Vamos entender este suspiro como uma pausa para a reflexão de alguém que tem trabalhado muito em prol da evolução da humanidade e que percebe que o trabalho é árduo e lento, mas que também entende que deve ser assim, pois as grandes mudanças têm mesmo essa característica, ou seja, precisam ocorrer de forma lenta e gradual para poderem se efetivar.

                O progresso dos homens está acontecendo, basta que voltemos nosso olhar para o passado da humanidade para ver o quanto progredimos. Progredimos tanto na parte material quanto na parte espiritual. O que nos faz, de vez em quando, suspirar assim, é o fato de percebermos que o progresso espiritual não caminhou na mesma velocidade que o progresso material. Já conhecemos a fissão nuclear, a física quântica, o DNA entre outros desvendamentos importantes. Já somos capazes de curar tantas doenças que no passado assustaram a humanidade. Fomos capazes de tudo isso, mas ainda não conseguimos deixar de sentir inveja, ódio, rancor, mágoas e outros tantos sentimentos paralisantes. Ainda desejamos mal para os outros e ainda queremos tudo para nós mesmos. Ainda somos muito orgulhosos, muito egoístas e muito dependentes da matéria.

                Acreditamos que o ideal é que estes dois aspectos do progresso caminhem lado a lado. O que podemos fazer para mudar este estado de coisas e fazer com que o progresso espiritual alcance o progresso material? Devemos nos ligar a Deus? Devemos orar? Devemos nos dedicar à religião e às práticas espirituais? A resposta para essas perguntas é sim e não. Sim, porque devemos fazer tudo isso. Devemos nos ligar ao Todo, pois já está claro que todas as coisas e seres estão inexoravelmente conectados, isto é, estamos conectados a todas as outras coisas e seres que existem, desde um grão de poeira até o maior dos planetas, desde a bactéria até o maior dos mamíferos. A conexão com o divino nos coloca no prumo e nos torna aptos para conhecer os segredos do universo. A resposta também é não, porque o modo como estamos fazendo essa conexão não é mais adequado para este momento evolutivo. É hora de mudança de fase, pois chegou o tempo do sentir e do intuir. Chegou a hora de mudar, porque é simplesmente inevitável. Para algumas coisas as palavras não são mais necessárias. Este é o momento da oração interior, porque não podemos mais mentir para nós mesmos. Atingimos um momento evolutivo em que podemos reconhecer o que é essencial sem grande esforço da inteligência chamada racional. O fato é que já nascemos sabendo de muitas coisas e é por isso que não precisamos mais repetir tantas palavras que já se desgastaram com o tempo. É hora de falar com Deus em silêncio. Chegou o momento da religião interior, porque o homem já começa a perceber que o Deus que ele procura está nele mesmo, sempre esteve e sempre estará. O homem não precisa mais gritar para que Deus o ouça - quanto mais baixa sua voz mais claramente será escutado.

                Não foi sem razão que começamos este texto falando de coisas abstratas, como justiça, respeito e amor. Assim fizemos porque estes são exemplos de coisas que não precisam ser faladas para se tornarem reais, elas precisam apenas ser sentidas interiormente. Elas só existirão a partir do momento que o homem lhe der vida e ele não fará isso com um discurso, ele as tornará objetivas quando senti-las e depois exteriorizá-las em atos. Somente nós, espíritos em corpos humanos é que podemos compreender as coisas essenciais. Só nós podemos compreender o que são coisas como a solidariedade e o altruísmo, ninguém mais neste planeta pode. Isso nos torna muito importantes, na verdade isso nos torna deuses, porque compreender o essencial é compreender o Todo de que fazemos parte. Isso é a harmonização com o Deus em nosso interior. Ter essa compreensão é um passo rumo ao infinito. É o princípio do verdadeiro despertar. É o começo da libertação!

                Compreender tais coisas nos torna muito importantes de fato. Descobrimo-nos deuses. Saber que somos a consciência do universo e viver em essência representam um momento esplendoroso da humanidade, mas que nos enche de responsabilidade e que tem um preço a pagar – o preço do conhecimento. Quando se começa a viver em função da essência, tendemos a negligenciar o mundo físico. Não podemos deixar que isso aconteça por vários motivos e o principal deles é que ainda estamos encarnados e sujeitos as leis e a lógica física e não podemos ignorá-las. Ainda temos um corpo que precisa de cuidados para que nossa essência, ou nosso espírito possa se manifestar em plenitude e dar esses primeiros passos rumo ao mundo essencial. Apenas para não criar dúvidas, queremos esclarecer que o “mundo essencial” não é o “mundo espiritual” como alguns podem estar pensando. Viver no mundo essencial é um estado de consciência que pode ocorrer em qualquer dimensão a que estejamos submetidos. Viver do conhecimento que dispensa palavras é alguma coisa que está para além das aparências, como já falamos. Aparências existem aqui e na dimensão espiritual em todos os níveis.

                Algumas dessas palavras parecerão enigmáticas para algumas pessoas, mas até isso tem uma razão de ser. A ideia é justamente fazê-las pensar a respeito. Quando foi que os grandes mestres e profetas foram totalmente claros? Nunca! Eles sempre deixaram alguns enigmas para nos fazer pensar e algumas lacunas para serem preenchidas. Por que nós, humildes espíritos que trabalham no dia a dia da evolução humana seríamos totalmente claros e precisos? A verdade é que todos os segredos do universo estão dentro do homem, de cada um deles, sem exceção, e palavras como estas têm a finalidade de fazer com que aqueles que desejarem, começar a procurar o ouro interior. A beleza da descoberta virá para cada um. Cada um terá o seu momento de despertar. Cada um terá seu lampejo divino.

                Essa libertação de que falamos tem para nós um significado próprio. Para nós a libertação é algo que acontece de uma vez e nos lança num gozo tremendo, num momento de alegria incontida e que com o tempo vai diminuindo até nós nos acostumarmos com ela. Essa libertação de que falamos ocorre de forma contrária ao habitual. Ela começa com clarões conscienciais de milionésimas frações de segundo e vai aumentando com tempo até se tornar constante. Esta não explode, ela se instala, e é assim que deve ser, pois o espírito não a suportaria caso viesse de uma vez. O tom é profético, mas não há outro modo de falar da divindade que está reservada ao homem. É o muito dentro do muito e o mínimo dentro do mínimo. Como explicar coisas que não explicáveis com palavras? Esse é o destino que sempre foi e que nos espera; que sempre foi, que é e que sempre será. Como dizia o mestre Jesus: “que tem ouvidos de ouvir, ouça”.

                É bem certo que muitos pensarão que este texto foi transmitido por um espírito embusteiro ou mesmo brincalhão, até pelo jeitão profético pelo qual foi escrito. Não tem a menor importância que isso aconteça, não nos importamos com isso e ficamos felizes que cada um pense o que quiser. A verdade, embora ela seja relativa ao tempo em que está inserida, será reconhecida, quer queiramos ou não. O privilégio e o prazer de sermos os portadores desta mensagem superam com certeza qualquer dissabor que a descrença dos leitores venha a nos proporcionar.


Só o homem tem o que Deus tem – o homem é a consciência do universo.


Humberto


Mensagem psicografada em 18/01/2019


sábado, 8 de dezembro de 2018

Vinde a mim as criancinhas!


         
      
                Em que pesem todas as dificuldades porque passam aqueles que se encontram sob o julgo da carne, ainda assim é preciso que nos conscientizemos de que não somos marionetes do destino. Mesmo sabendo que todas as coisas já estão determinadas por Aquele que tudo criou e que tudo sabe, não é motivo para que nos entreguemos ao ócio improdutivo e ao desânimo paralisante. O corpo físico exige nossa atenção. Ele precisa carregar e descarregar energias num renovar-se constante. Sem este movimento não há vida e por isso somos assaltados pelos mais diversos desejos a cada momento, mas mesmo isso não pode ser uma desculpa para nos comportarmos como animais sensuais, cujo objetivo na vida não seria outro se não comer, defecar e procriar. Somos muito mais do que isso, e é esse “mais” que deve constituir o objeto de nossa busca interior. Precisamos transcender a realidade da matéria para atingir o estado de espírito do espírito.

                O que se ganha com isso? E por que devemos pensar em ganhar alguma coisa? Não estamos propondo aqui um negócio, uma barganha onde se visa lucro. Nossa existência não é um jogo que alguém está assistindo e torcendo para nós ou contra nós. Infelizmente, ainda nos encontramos numa espécie de condicionamento, e só conseguimos pensar em fazer alguma coisa mediante resultados, como o operário que trabalha o mês inteiro em troca de seu salário. Não! Aqui não estamos falando de sobrevivência, muito menos de distinções ou de recompensas de qualquer tipo. Estamos conversando a respeito da vida humana e sua experiência na matéria e da vida espiritual que a antecede e que a sucederá depois desta fase.  Estamos tentando, pelo menos, vislumbrar algum sentido para este perambular do espírito para a matéria e da matéria para o espírito. Tentamos encontrar algo que ainda não foi dito, ou que tenha sido dito do outro modo, visando alargarmos cada vez mais a nossa compreensão a respeito desse tema.

                É inegável que estamos condenados à vida. Somos todos escravos do viver.  Uma vez criados, só temos a eternidade pela frente. Se isso fosse um jogo, certamente nos cansaríamos logo de jogar, não é verdade? Imaginem jogar um jogo que não termina nunca. Chegaria um momento em que cairíamos num estado de tédio tão gigantesco que nem dá para imaginar. Até mesmo este tipo de pensamento é fruto de nosso modo condicionado de pensar. A verdade é que não conseguimos imaginar outro modo de viver que não esteja relacionado àquilo que já vivenciamos. Como é possível que imaginemos coisas que nunca vimos nada semelhante?  Seria pedir muito, precisamos concordar, mas nada é impossível para o espírito que se abre para novas possibilidades.

                Olhar para o infinito com os olhos da criança, isso é o que precisamos fazer, ainda que seja por um breve momento, e nos abrirmos para possibilidades outras que não essas que já conhecemos. Caríssimos, o que vamos dizer soará como uma brincadeira, mas este é o momento em que precisamos nos libertar da dura realidade material e exercitar um dos nossos grandes potenciais: precisamos usar nossa imaginação e sonhar com algo melhor. Este é o momento em que devemos pelo menos tentar agir como espíritos que de fato somos. Todos os segredos do universo estão guardados em nós e para acessá-los precisamos nos libertar do julgo da matéria. Vivemos na Terra, mas não pertencemos à Terra. Que cada um use o método que achar melhor, mas que não deixe de imaginar, que não deixe de sonhar. Não foi sem razão que Jesus recomendou que fôssemos como as crianças, pois elas não impõem limites à sua imaginação. As crianças não têm vergonha de sonhar, pelo contrário, elas fazem disso uma ocupação muito prazerosa.

                Já sabemos que nós mesmos é que construímos nossa realidade espiritual. Os umbrais que nos rodeiam foram criados, pedacinho por pedacinho, por nossos pensamentos formatados pelos nossos sentimentos. Nossos infernos são criados por nós mesmos. São construídos pela insanidade da nossa razão e são mantidos pelos nossos desejos de destruição, poder, inveja e outros tantos do mesmo cardápio. Sim, estamos recomendando uma volta à infância. Devemos voltar a ser crianças e desenvolver a pureza e a sinceridade como qualidades essenciais. Precisamos ter a coragem de retornar ao ventre materno e recomeçar de um jeito diferente para que nossos mundos, tanto o material quanto o espiritual se transformem em mundos melhores. Chegou o momento da transformação. Ou saltamos com o planeta ou ficaremos para trás e demoraremos mais um tempo até que nova oportunidade nos seja oferecida.

                É provável que alguém nos pergunte: Se já está tudo determinado, de que adiantaria mudar nosso modo de pensar ou de viver? Vamos refletir um pouco em cima desta questão. Imagine que você está passando por um lago e vê uma criança que está se afogando. Você corre para salvá-la ou você vai pensar que está tudo determinado e que de nada adiantará tirá-la da água? Imaginamos que a maioria, senão todas as pessoas que se depararem com esta cena tomarão a decisão de salvar a criança, isto é, a maioria vai agir segundo a própria consciência, independente de saber se as coisas estão determinadas ou não. Isso significa que talvez possamos influir e mudar aquilo que está determinado? Ou será que até este nosso modo de agir já está também determinado? Nós diríamos que nem uma coisa e nem outra. Uma solução para este enigma é pensarmos que de fato tudo está determinado, pois passado e futuro são conhecidos pela Consciência Cósmica Universal, também conhecida como Deus e por outros nomes, pois Ela criou inclusive o tempo, mas nós não possuímos este conhecimento. Isso torna o futuro desconhecido para nós, espíritos que habitam corpos humanos, de modo que o determinismo não nos afeta. Nossas decisões de hoje construirão o futuro que para nós é incerto. Não faz diferença para nós o fato de Deus já saber qual será o resultado de nossas ações, o que nos importa é que nós podemos decidir nosso futuro sim. Se Deus já o conhece, paciência, isso é lá com Ele.

                Nossa existência tem uma finalidade e esta finalidade está relacionada ao todo de que fazemos parte. Não se trata de um jogo e sim de um propósito. Entender que propósito é esse faz parte da busca pelo sentido do viver. Pela racionalidade parece que não iremos muito longe nessa busca. Por isso é que estamos recomendando aqui para nos dedicarmos um pouco mais à arte da imaginação, e que nos permitamos sonhar um pouco mais. Cremos que será por este caminho que as respostas virão em forma de intuição. Libertando nosso espírito para imaginar e sonhar, teremos insights tão impressionantes que não encontraremos palavras que possam descrever o que se passou em nossas mentes. Este duelo deve ser travado - razão contra a intuição, mas neste duelo não precisa necessariamente que um dos contendores seja aniquilado. Usemos a razão para as coisas da lógica humana e deixemos que nosso espírito voe livre nas asas da imaginação, do sonho e da intuição, pois sua lógica é diferente. Só não podemos demorar demais para nos libertarmos das algemas da racionalidade, basta ver até onde ela nos conduziu para entendermos a necessidade desta libertação. A racionalidade é necessária, mas não deve ser ela a governadora absoluta de nossas vidas.

                Seria bom se conseguíssemos nos comportar como adultos e pensar como crianças. Nossa vida deveria ser vivida como uma grande brincadeira onde o importante é que fôssemos felizes, que aprendêssemos e que nos divertíssemos, sem nos destruir uns aos outros. Deveríamos ter sempre sinceridade em nossas palavras e pureza em nossos corações. Acreditamos que a humanidade já está madura o bastante para voltar a ser criança.

                Alguns pensarão: bonitinho de falar, mas impraticável!  Será que não temos mesmo coragem de soltar a criança que existe dentro de cada um de nós? Será que estamos tão contaminados pelos costumes e pelas convenções sociais que não temos mais coragem de sonhar? Será que estamos tão endurecidos pela pequenez de nosso modo de pensar que não podemos imaginar um mundo melhor? Muitos pensam que o autoconhecimento nos transformará em grandes sábios que para tudo terão respostas e ensinarão os segredos do universo para os demais. Sentimos muito dizer, mas estes não estão completamente certos, pois o autoconhecimento nos transformará apenas em crianças que não terão vergonha de imaginar, sonhar, sorrir e admitir que de nada sabem, e que a única certeza que têm é que estão abertas para todas as possibilidades.

                O Mestre disse para amarmos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos e que nesta afirmação estava contida toda a lei e os ensinamentos dos profetas. Nós concordamos plenamente que estas palavras contêm tudo o que precisamos saber para nos transformarmos e transformar o mundo num lugar melhor e humildemente acrescentamos que o resto é só convenção humana!

Victor

Mensagem psicografada em 07/12/2018

sábado, 1 de dezembro de 2018

NOMES E COISAS


                
Não deve ser motivo de vergonha ou aborrecimento ou mesmo apreensão o fato de se estar recomeçando algo que se tenho parado por qualquer que seja o motivo. Ah! Se não fôssemos humanos! Mas somos, e é assim que nos comportamos. Pensamos em fazer coisas, começamos coisas, abandonamos coisas e recomeçamos coisas. E não é novidade nenhuma que é assim que evoluímos. É desse jeito mesmo que vamos caminhamos rumo ao nosso destino iluminado.

                Errar, cometer enganos, perder-se nos caminhos é tão humano e tão necessário para o nosso aprendizado, para o nosso crescimento... O importante é termos consciência de que tudo aquilo que fazemos sempre tem uma razão para ser feito e é assim que deve acontecer. Está nos desígnios do Todo ou se preferirem outro nome, nos desígnios de Deus. Eis aqui um bom assunto para tratarmos: os nomes das coisas.

                Muitos de nós ainda se encontram apegados aos nomes de um modo não muito salutar. Sentem que precisam de um nome para que possam considerar algo como existente, válido ou como aquilo que reconhecem por esse nome. Não há nada de extraordinário neste comportamento. Usamos uma linguagem para nos comunicar; usamos a linguagem para nos comunicar até conosco mesmo. Portanto, não é tão difícil assim entender a necessidade que temos de nomes. Se usássemos apenas imagens transmitidas telepaticamente, certamente não precisaríamos de tantos nomes para tantas coisas. Para complicar um pouco mais, nós costumamos dar mais de um nome para a mesma coisa. Mas, vamos ao que interessa: a coisa é sempre mais importante que o nome da coisa. Onde queremos chegar? Queremos lembrar que alguns de nossos irmãos ainda têm alguma dificuldade em compreender algumas coisas quando se lhe trocam os nomes, como se ao trocarmos o nome de alguma coisa essa coisa deixasse de ser o que é. Vamos dar um exemplo: se chamarmos Jesus Cristo de Mestre Nazareno ou de Salvador da Humanidade, com certeza não estamos falando de três entidades diferentes, não é verdade? Porém, Infelizmente acontece que, alguns desses nossos irmãos ainda se encontram tão escravizados aos nomes que não aceitam essa ideia, isto é, acabam tomando a coisa pelo nome da coisa. Isso acontece muito com o nome de Deus. Cada religião o chama de uma maneira diferente e nem por isso Ele deixa de ser o que é. Isso ocorre, em parte, porque alguns homens ainda não conseguem ver as coisas de um modo menos passional. Muitos ainda mantêm o velho hábito da antropologização, ou seja, trazem para o modo de ver humano tudo aquilo que não está ao alcance de nossa inteligência. Colocam-se como a referência para a compreensão de entes e entidades que nem sabem o que são. Todos já ouviram ou leram as palavras bíblicas que dizem que Deus fez o homem à sua imagem e semelhança, mas o contrário é que é verdade - o homem fez Deus à sua imagem e semelhança, e fez mais ainda, lhe deu nomes! Chegamos então ao cúmulo de definir e nomear algo que está, e que provavelmente sempre estará acima de nossa limitada compreensão. E por falar em Deus, acreditamos que este seja o caso mais corriqueiro de algo cujo significado se transforma, segundo o entendimento de alguns, é claro, quando o nome é trocado.

                Parece que estamos chovendo no molhado, não é? Aparentemente sim, mas o que queremos apontar e chamar atenção é para o fato de que muitas desavenças, desencontros e finalmente separatismos começam simplesmente porque as pessoas não concordam com o significado dos nomes que são atribuídos às coisas. Percebam que, cada doutrina, filosofia ou religião faz questão de nomear seus ritos, procedimentos e entidades com nomes diferentes daqueles que são usados pelos outros, e porque isso acontece? A princípio, se justifica essa mudança de nomenclatura como necessária para que não se confundam as doutrinas. Usa-se esta desculpa para que cada instituição torne Deus uma exclusividade sua, quando não uma propriedade particular. A separação, que começa com a simples mudança de alguns nomes, acaba se transformando em disputas pela posse da verdade e pela atenção exclusiva das divindades.

                Estamos falando da ignorância da humanidade que não consegue sequer se conhecer e que tem a pretensão de conhecer algo que está acima de sua capacidade cognitiva. E por que levantar essa questão? Para que ela sirva de alerta, principalmente para nós, que acreditamos na existência do espírito imortal e na sua supremacia sobre a matéria. Já é tempo de nos conscientizarmos de que entramos numa nova era, e que grandes mudanças estão ocorrendo. Estamos dando um salto em nossa evolução e coisas desse tipo não podem mais fazer parte de nossa vida. Não podemos mais ficar encalhados feito embarcação no raso. A grande mudança está se processando em frente aos nossos olhos distraídos. Não podemos permitir que coisas desse tipo atrasem a nossa viagem rumo ao infinito.
                Convidamos todos a refletirem sobre a questão dos nomes. Você se incomoda quando trocam o nome de uma coisa, mesmo sabendo do que se trata? Se a sua resposta for sim, quer dizer que você ainda se encontra preso aos nomes quando deveria se importar com a coisa a que estão se referindo e que isso é um atalho para os separatismos, sem contar que isso também demonstra uma falta de respeito para com aqueles que se expressam de modo diferente. É bastante comum que algumas pessoas não aceitem algumas ideias, pelo simples fato delas terem sido expressas com palavras simples, em linguagem popular, acrescentando preconceito à questão dos nomes.

                Toda essa discussão nos leva à outra questão. O que é mais importante: a essência ou a aparência? Ambas são importantes e necessárias na ocasião certa. Mas o que fica é sempre é a essência, por isso devemos estar atentos, para não trocar o temporário pelo definitivo. Por que devemos nos preocupar com os nomes que dão à determinadas coisas quando já apreendemos sua essência? Já está na hora de nos comportarmos como espíritos que são essência em essência. Sinônimos não têm muita utilidade no plano espiritual - as coisas são o que são e nada mais. Nesta grande mudança que está em andamento, uma das coisas certas é que nossa linguagem não vai mais servir de instrumento para a mentira. Os espíritos que estão reencarnando nos dias atuais, não se deixarão mais iludir pelas armadilhas da linguagem e não se importarão com os nomes, porque eles já vêm com este sentido desenvolvido, isto é, a capacidade de captar a verdade independente da linguagem utilizada. Para nós, que estamos no momento da transição é possível perceber que algumas pessoas já não são tão enganáveis quanto foram as pessoas da geração passada, porque essa habilidade também já está despontando em nós.

                Vejam como é importante a questão dos nomes. Eles estão na origem de muitos problemas pelos quais passa a nossa humanidade. É crucial que entendamos que essa problemática foi e ainda é necessária para o nosso crescimento. É pelas dificuldades geradas pelas separações que percebemos a grandeza e a beleza da união, mas chega um momento em que não podemos continuar cometendo os mesmos erros que já foram úteis. Sua repetição não tem mais utilidade para nosso desenvolvimento. É hora de nos voltarmos para o que realmente importa, e o que realmente importa é que desenvolvamos valores permanentes que não se extinguirão com o corpo físico provisório que ora habitamos. Vamos nos voltar para a essência das coisas. Vamos prestar atenção naquilo que as pessoas querem nos dizer e não no modo como elas estão dizendo. Procuremos captar a essência da comunicação e não a aparência provisória da mensagem que estão nos passando. Quer queiramos ou não, o mundo está mudando, se tornado mais espiritualizado. É como se o plano espiritual e plano material estivessem caminhando para uma síntese. Eles estão se aproximando e se fundindo em um plano melhor, menos denso e onde não cabem mais certos comportamentos que já deveriam ter sido extintos.

                Falamos, falamos, mas continuamos nos comportando como corpos com espíritos e não como espíritos em corpos. É hora de encararmos a temporalidade terrena como o que ela realmente é - uma grande ilusão. O espírito é sempre presente. Para ele, passado, presente e futuro não são momentos e sim lugares que ele pode visitar ou não como lhe aprouver. Um bom modo de começarmos a nos comportar de acordo com a fase evolutiva em que nos encontramos, é pararmos de dar tanta atenção para os nomes e prestarmos mais atenção nas coisas mesmas, ou seja, nos ligarmos mais à essência e menos às aparências.

Muita paz, muita luz e muita reflexão... É o que momento pede.

Victor

Mensagem psicografada em 30/11/2018.


terça-feira, 28 de agosto de 2018

O PODER DAS PALAVRAS QUE PRONUNCIAMOS



                “Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine.”     Coríntios 13:1

                “Ainda que eu falasse a língua dos homens / E falasse a língua dos anjos / Sem amor eu nada seria”     Estrofe da letra da música Monte Castelo – Renato Russo

                Precisamos entender uma coisa: o quanto é importante que vigiemos nossas palavras! Principalmente quando as palavras que pronunciamos vêm carregadas das emoções e sentimentos correspondentes. As palavras são condutoras de energia, tal qual um condutor elétrico. Se bem utilizadas podem trazer luz, calor, conforto, porém, se mal utilizadas podem causar danos difíceis de serem reparados, tanto para quem as recebe quando para quem as pronuncia.

                É comum ouvirmos o sábio e antigo ditado popular que diz para pensarmos antes de falar. Quanta sabedoria está contida num ensinamento aparentemente tão simples! Vamos refletir um pouco sobre isso?  Pensar para falar não significa apenas que vamos escolher as palavras que vamos pronunciar para tornar claro aquilo que queremos dizer, isso também é importante, mas tão importante quanto isso é pensarmos no que pretendemos, isto é, qual é a nossa intenção ao colocarmos as palavras no mundo e quais serão os efeito que elas irão causar nas pessoas a que estamos nos dirigindo. E ainda é importante que saibamos o quanto e qual será a qualidade da energia de que estas palavras serão condutoras. Vejam que a coisa não é tão simples quanto imaginamos. As palavras podem ser portadoras de muita alegria ou de muita tristeza. Pela palavra podemos erguer um ser humano que se encontra caído ou podemos jogá-lo definitivamente no abismo. Por tudo isso, podemos ver o quão importante é o nosso falar e quanta responsabilidade é preciso ter antes de abrirmos a boca para transformar nossos pensamentos em palavras.

                Falar não é simplesmente emitir sons em forma de palavras compreensíveis. Pela boca e pelas palavras que dela saem é que expressamos aquilo que se passa em nossas almas. O que falamos é a tradução de nossa condição evolutiva através das palavras. Costuma-se dizer que os olhos são o espelho da alma. Isso é correto, pois pelo olhar podemos ver em que estado emocional uma pessoa se encontra. Pelo olhar podemos ver se ela está triste, alegre, zangada, ou outra coisa, mas pelas palavras que a pessoa pronuncia podemos compreender que tipo de alma está se apresentando. Podemos conhecer, de fato, aquela pessoa pelo que ela fala, até mesmo quando suas palavras não correspondem à verdade.

                Palavras podem carregar todo tipo de ideias e mensagens. Temos, na história da humanidade, inúmeros exemplos de homens que utilizaram as palavras para incitar multidões às revoluções, guerras, suicídios coletivos, entre outras loucuras. Claro que as palavras em si mesmas não carregam o mal ou o bem, elas são simples agrupamentos de letras, mas elas têm a possibilidade de carregar todo o destino da humanidade. Através destes agrupamentos de letras é que o conhecimento de todas as coisas é revelado. O homem só chegou até aqui porque aprendeu a utilizar as palavras de diversas maneiras. O salto maior se deu quando as transformamos em símbolos que todos poderiam entender: o surgimento da palavra escrita.

                Ainda por muito tempo usaremos as palavras para nos comunicarmos. Chegará um dia em que elas não serão mais necessárias. A comunicação se dará sem que precisemos pronunciar palavras. O entendimento ocorrerá de alma para alma pela troca energética. Bastará chegarmos perto de uma pessoa para sabermos tudo o que ela está pensando e está querendo nos dizer. A linguagem do futuro dispensará palavras. Certamente algumas pessoas que tiverem contato com este texto não compreenderão o que queremos dizer com estas palavras, outros dirão que estamos variando da cabeça por dizer que nos comunicaremos sem palavras, porém outros, mesmo que não lhes ocorram palavras para explicar, entenderão perfeitamente do que estamos falando. Estes últimos são aqueles que já conseguem se comunicar sem palavras, porque já principiam a falar pelo coração.

                Sim, estamos afirmando que a linguagem do futuro não necessitará de palavras, mas ainda por um bom tempo elas serão o fio condutor do entendimento entre as pessoas e por isso é que, além de trazermos esta visão futurista também trazemos a admoestação. O uso impensado das palavras, que ultimamente parece ter se intensificado tem sido um empecilho para o progresso. Se todos nós pensássemos antes de falar já poderíamos estar bem mais adiantados em nossa evolução. Chegamos numa fase de nossa existência onde não precisamos mais cometer pequenos erros infantis, tais como o desrespeito para com as palavras. Precisamos compreender que elas são importantes e que podem acelerar nosso processo evolutivo. Vamos respeitá-las e utilizá-las com sabedoria para que elas nos tragam alegrias e não tristezas. Estamos num momento evolutivo em que não faz mais sentido tanto desperdício de tempo e de palavras. É hora de assumirmos nossa condição de espíritos imortais, partes do Todo, centelhas divinas. Já é tempo de crescer e as palavras são ferramentas indispensáveis para esse crescimento.

                Sugerimos à todos que pensem um pouco nestas palavras sobre o uso das palavras, porque aqui está contida uma dica importante para que vivamos com mais tranquilidade e sem acrescentarmos mais peso aos nossos fardos. O universo é justo, recebemos aquilo que oferecemos aos nossos irmãos. Atraímos aquilo que emitimos e isso se aplica a todas as coisas, inclusive as coisas que transmitimos através das palavras. Vamos carregar nossas palavras com energias positivas; com ideias de progresso; com desejos de felicidade; com ensinamentos úteis e veremos que isso tudo retornará muito breve para nós. Principalmente, devemos carregar nossas palavras com amor - este sentimento que tem o poder de abrir todas as portas e de fechar todas as feridas. Vamos carregar nossas palavras de luz; aquela luz que aquece os corações dos que sentem menores. Vamos carregar nossas palavras com paz; aquela paz ensinada por todos os mestres que já estiveram entre nós e que souberam como ninguém utilizar as palavras.

                Não estamos pedindo para que nos transformemos em máquinas de pensar e percamos nossa naturalidade. O que estamos sugerindo é que não utilizemos as palavras para conduzir aquilo que temos de pior em nós. Se começarmos devagarzinho a pensar com que tipo de energia estamos abastecendo nossas palavras, isso será bom para todos que fazem parte do nosso círculo de atuação. Pela nossa persistência, este exercício se tornará um hábito e, naturalmente começaremos a usar as palavras de forma sábia. Temos nossa essência e ela precisa ser respeitada, mas uma coisa é certa: usando bem as palavras podemos melhorar esta essência que tem na sua composição um bom bocado de amor, pois foi por amor que fomos gerados e por amor fomos colocados no mundo.

                O amor deve estar na base de todas as ações humanas. Em tudo devemos colocar amor. Isso será a garantia de que seremos bem sucedidos. Não existe um condutor melhor para este sentimento do que as palavras que pronunciamos. Portanto, ao nos dirigirmos aos nossos semelhantes, ainda que seja para dar ordens ou repreendê-los, carreguemos nossas palavras com amor e veremos o quanto elas serão potencializadas e alcançarão o seu objetivo com mais eficácia.

                A palavra pode ser o quisermos que ela seja. Pode ser o remédio que alivia o sofrimento e pode ser a causa das piores doenças. Pode ser o sol num dia nublado e pode ser a tempestade num dia ensolarado. Pode ser a vida e pode ser a morte, só depende da energia que colocarmos nelas.

                Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.     Mateus 5:37

Mensagem inspirada pelo espírito Victor em 06/08/2018


quinta-feira, 5 de julho de 2018

Visitando e revisitando o passado


            


  É sempre útil e importante visitar e revisitar o passado para podermos ter uma noção mais clara daquilo que somos e daquilo que estamos fazendo no presente. Não devemos viver do/ou no passado, mas sim tê-lo como referência e ponto de apoio para adquirirmos plena consciência de como devemos agir no presente. Já sabemos que tudo tem uma causa e que toda causa tem um efeito como determina a lei da causalidade, que é uma lei universal, portanto, o passado é, sem sombra de dúvida, muito importante. O que houve no passado é a causa do que acontece no presente. O passado é importante não só para que façamos esta autoavaliação, mas também para podermos traçar estratégias para a construção de nosso futuro.

                Não estamos sugerindo que nos tornemos saudosistas ou que fiquemos estagnados e presos mentalmente a uma época que, em nosso modo de ver, foi melhor, ou mais feliz ou talvez mais produtiva. A volta ao passado como exercício de buscar uma visão mais abrangente de nossa estadia na matéria não deve ser encarada como uma forma de reviver as sensações e sentimentos que ficaram no passado. Nosso olhar, nossa esperança e nossos planos devem estar sempre direcionados para o futuro. Cada vez que voltamos a pensar em algumas situações já vividas, ainda que façamos isso de modo instintivo, sem saber bem por que o fazemos, estamos seguindo, mesmo sem ter consciência, a lei do progresso, também conhecida como lei da evolução. Esse retorno ao passado é uma espécie de dispositivo de que a providência nos dotou e que tem a finalidade de nos fazer caminhar sempre rumo ao melhor, em direção às fases evolutivas seguintes. Parece paradoxal - que voltemos ao passado para seguirmos em direção ao futuro, mas é assim mesmo que o progresso se dá. Essa avaliação, consciente ou inconsciente que fazemos funciona mais ou menos como uma pessoa que dá um passo para trás, buscando um impulso para dar um salto maior para a frente do que aquele que daria sem sair do lugar em que se encontra. Todos nós fazemos este exercício de ida e volta ao passado. Ele é parte do processo através do qual evoluímos.

                Ao longo de nossas vidas vamos tendo as mais diversas experiências, notadamente aquelas que necessitamos e que, na maioria das vezes, acreditamos que não são adequadas para nós. Ora achamos que são repetitivas, ora achamos que são duras demais, mas o fato é que estamos tendo as experiências que nos cabem e não outras. Se assim não fosse toda a nossa existência não teria o menor sentido. Muitas dessas experiências, quer acreditemos ou não, foram até combinadas e planejadas quando de nossa preparação para a reencarnação. Portanto, cada um de nós está no lugar certo e na hora certa, passando por aquilo que deve passar, e assim acontece para o nosso crescimento. Essas experiências vão se acumulando e se tornando uma rica fonte de pesquisa que pode ser usada sempre que precisarmos. Somos hoje o produto da soma de todas as nossas experiências nesta encarnação e nas encarnações passadas. Chegará o dia em que poderemos, pois já estaremos evoluídos o bastante para tal, revisitar não só nossas lembranças desta encarnação, mas de todas as encarnações. Isso já pode ser feito quando do desencarne. Alguns de nós, conforme sua condição evolutiva, naturalmente, depois do desencarne recuperam de modo muito rápido sua memória integral. São poucos os que podem fazer essa recuperação, mas no futuro, poderemos todos fazer isso, e o melhor, faremos isso aqui mesmo, encarnados. Isso ocorrerá sem que precisemos ser hipnotizados ou submetidos a terapias. Será um processo natural, fruto da evolução espiritual e material que está ocorrendo de forma lenta e gradual como tem que ser.

                Alguns de nossos irmãos acabam ficando presos ao passado. Isso se dá pelo mau uso deste dispositivo que nos permite voltar mentalmente às experiências passadas através de nossa capacidade de lembrar. Porque isso ocorre? Existem muitas causas para esse fenômeno. Talvez a mais comum ocorra quando utilizamos este recurso de progresso para fugirmos do presente, quando ele nos desagrada, ou quando o consideramos insuportável. Usamos esta capacidade fantástica de retornar aos fatos já ocorridos para, com eles, substituirmos as sensações, sentimentos e contrariedades de um presente ou mesmo de um futuro que tememos. Casos como este podem acabar, e na maioria das vezes acabam como patologias mentais, muitas delas sem retorno, pelo menos durante a encarnação vigente. Outra agravante deste quadro que começa com o mau uso das lembranças passadas são as obsessões. Os obsessores costumam aproveitar-se de pessoas que se refugiam no passado para prejudicá-las. Percebendo o desejo de fuga da vítima, o obsessor procura reforçar as lembranças do passado dessa pessoa, transformando-as em ideias fixas e desse modo fazendo com que o obsedado se transforme num autômato. Alguém que se prende a determinadas experiências e dali não consegue se libertar, ou seja, não faz novos planos e não desenvolve novas ideias. Fica estagnado, comprometendo assim sua encarnação. Isso é algo a que devemos ficar muitos atentos. Quando percebermos que estamos insistindo em recordar determinados fatos que não têm como retornarem, é o sinal de alerta para que voltemos ao presente, porque ele é o que importa. Temos que ter em mente que as lembranças, boas ou más das experiências passadas, só devem servir como base para que não cometamos os mesmos erros e para fazermos tudo cada vez melhor. Lembranças repetitivas é sinal de problema e podem ser uma porta aberta para a obsessão, isso quando não são elas mesmas, fruto de uma obsessão.

                Podemos e devemos visitar e revisitar o passado. Isso é saudável e faz parte de nossa natureza. Evoluímos através de nossos erros e nossos acertos e para fazermos este balanço temos que utilizar nossa capacidade de recordar as experiências boas e ruins que tivemos. Só não podemos fazer disso uma ponte para escaparmos das experiências presentes ou futuras que nos farão crescer. Precisamos ter em mente que o crescimento traz dores, mas depois de toda dor vem o alívio e a certeza de que estamos mais fortes. O acúmulo de experiências é banco de dados precioso que deve ser mantido para consulta sempre que necessário, mas não pode ser sustentáculo da encarnação. Quem fica preso ao passado está simplesmente ignorando o presente e abrindo mão do futuro.

                Devemos olhar para o futuro. É lá que se encontra a oportunidade de progresso, em qualquer sentido que entendamos essa palavra. O passado, por mais radiante que o consideremos, ficou para trás. Vamos pensar que o futuro pode ser melhor ainda do que o passado e que podemos construí-lo do jeito que quisermos usando para isso tudo aquilo que aprendemos até agora. Se observarmos atentamente, veremos que nós somos movidos a sonho. Vivemos muito mais em função daquilo que desejamos que aconteça do que daquilo que está acontecendo ou que aconteceu. Somos movidos a esperança e ela aponta para o futuro e não para o passado. Isso, por si só já razão suficiente para percebermos que o passado tem sua importância sim, mas que é para o futuro que caminhamos.

                Tudo isso ganha importância maior quando nos vemos como espíritos imortais que têm a eternidade pela frente. Temos um futuro infinito pela frente, no qual as possibilidades também são infinitas. Pensado assim, chega até ser irracional que fiquemos atrelados a algum momento no passado dessa eternidade. Este passado nunca representará mais do um ponto numa reta infinita. Ponto que não deve ser desprezado, mas que deve ser considerado apenas uma referência para que saibamos para onde aponta a reta que nos encaminha para o futuro melhor.

                A providência é sabia e nos dota daquilo que precisamos para a nossa evolução. É compreensível que nós, pela nossa própria natureza, algumas vezes utilizamos estes recursos de modo inadequado. Mas isso não pode ser usado como desculpa para permanecermos cometendo os mesmos erros repetidamente. Como já dissemos, a evolução tal como a lei de causa e efeito é uma lei divina e como tal não é discutível, ela apenas é e se cumpre. Visitar o passado buscando um modo de melhorar o futuro é estar dentro da lei, porém, ficar preso ao passado se recusando a enfrentar o futuro é uma tentativa de burlar a lei, e isso não é razoável nem permitido. Permanecer dentro da lei, ou seja, olhar para frente e para o futuro, buscando o progresso constante, é a melhor forma de estar ajustado à lei é também uma forma de expressar gratidão ao Criador!

Passado, futuro e presente só existem em nossa mente, por isso podemos dar maior importância a um ou a outro. A escolha é nossa!

Victor

Mensagem psicografada em 25/06/2018



sexta-feira, 29 de junho de 2018

O primeiro passo para se tornar mestre é aprender a ser discípulo




                Alguns de nós, empolgados pela beleza dos ensinamentos espiritualistas, principalmente na parte que se refere à herança moral deixada pelos grandes mestres que nos deram o prazer de sua presença na Terra, procuramos seguir estes exemplos visando nossa melhora e buscamos nos parecer com eles. A grande maioria desses mestres, independente da época em que viveram, empenharam suas vidas para fazer com que a humanidade avançasse em sua trilha evolutiva. Muitos deles se sacrificaram e caminharam para a morte, a despeito de todo pavor que ela nos causa, de cabeça erguida, sabedores de que a missão estava sendo cumprida. Aqui no ocidente, o exemplo mais conhecido, sem dúvida, é o de Jesus Cristo. Por razões diversas, foram sua história e seu exemplo que nos chegaram com mais intensidade e que causaram mais transformações em nossas vidas materiais e em nossos espíritos imortais.
                No afã de nos tornarmos parecidos com eles, costumamos cometer alguns exageros, ocasionando com esse comportamento o efeito contrário ao que se espera dos iniciados. Para não suscitar dúvidas na interpretação, o que estamos chamando de iniciados aqui, são aquelas pessoas que, por livre vontade decidem se envolver nas doutrinas que foram ensinadas por estas pessoas especiais. Não nos referimos àquelas pessoas que participam de complicadíssimos rituais e que acreditam que sem essa exteriorização não podem ser considerados adeptos das doutrinas ou religiões que fazem parte. É bom que fique claro que não estamos julgando se estão certos ou errados, pois acreditamos que cada um deve julgar e escolher o que é melhor para si. Para isso todos nós temos o livre-arbítrio, isto é, temos condições de saber o que é melhor e escolher. Para nós, o iniciado é aquele que tomou consciência da importância dos temas que lhe foram apresentados e que os escolheu como o caminho que lhe serve para continuar evoluindo. Alguns desses iniciados, encantados pela beleza dos conhecimentos adquiridos, passam a acreditar que podem e devem se tornar iguais a estes grandes mestres e isso acarreta para eles uma série de problemas. O principal deles é a culpa. Sentem culpa por não terem a mesma firmeza moral; a mesma determinação; a mesma disposição; enfim por não conseguirem ter a mesma força do mestre. Sentem-se como fracassados por não conseguirem superar obstáculos simples no dia a dia. Consideram-se incompetentes e despreparados, incapazes de se melhorarem e de dar continuidade ao trabalho iniciado pelo mestre. Isso acaba produzindo iniciados que se deixam levar pelo pessimismo, pelo desânimo e pela falta de esperança. Imaginam que terão que viver milhares de encarnações até poderem evoluir e se aproximar do ideal pregado pelo mestre. Abrem assim as portas para todo tipo de influência contrária ao progresso e a evolução, tornando-se presas fáceis de espíritos que trabalham pelo atraso e pela estagnação.
                Precisamos entender que os mestres, para chegarem aonde chegaram; para suportar o que suportaram; para ter a força de vontade e a determinação que mostraram, tiveram que passar por uma longa jornada que lhes fortaleceu o espírito e lhes deu condições de enfrentar o que enfrentaram. Eles vieram para nos dar o exemplo e não para exigir que nos tornássemos em pouco tempo iguais a eles. Eram espíritos superiores que sabiam das nossas fraquezas e não esperavam de nós nada que não estivesse ao nosso alcance. Devemos nos esforçar para seguir seus exemplos? Sim! Esse é o esperado do iniciado consciente de sua jornada, porém, não podemos dar mais do que temos. Não podemos fazer nada que esteja acima de nossa capacidade. Lembremo-nos que estamos mergulhados na carne, aprisionados nela, e ela nos impõe condições às quais somos obrigados a nos render. A carne impõe desejos que se tornam mais fortes do que nossa vontade. Alguns desses desejos exigem compensação. Se não forem satisfeitos ou realizados podem nos levar ao desequilíbrio e até mesmo a loucura. Precisamos entender que, por mais que nos esforcemos para seguir os passos dos mestres, poderemos cair de vez em quando, e quando isso acontecer, não devemos fazer disso uma montanha, porque na verdade, é só um punhado de terra.
                Somos falíveis. Essa é uma das características que temos e que, mesmo aparentemente negativa, nos ajuda a progredir. É no jogo de erros e acertos que vamos crescendo e nos tornando melhores. O mundo precisa de mestres, sempre precisou e ainda precisará por muito tempo. Existem muitos discípulos para serem ensinados e estes são a maioria. Isso nos leva a seguinte reflexão: como poderemos nos transformar em mestres? Como poderemos agir como os mestres, nos mantendo dentro daquilo que consideramos o ideal e servir de exemplo para os demais? A resposta para esta questão é muito simples. Para nos tornarmos bons mestres, precisamos primeiro nos tornar bons discípulos! É impossível que alguém se torne um bom mestre sem que antes seja um bom discípulo. Podemos afirmar que este é o maior obstáculo que deve ser superado para que se atinja o sucesso nessa empreitada.
                Ao invés de nos preocuparmos em ensinar os outros, devemos primeiro aprender. Não nos adianta forçar uma condição que não temos. Um grande mestre deve possuir conhecimento, mas também deve possuir carisma de mestre. O primeiro se adquire com estudo e dedicação e o segundo com o desenvolvimento do amor fraterno através da convivência com os outros. O mestre deve ter consciência de que é igual aos demais e apesar de todo conhecimento adquirido deve saber que não melhor do que ninguém. Isso dá ao mestre uma força de atração natural. O mestre encanta pela sua simples presença, porque o conhecimento e o amor pelo outro não estão fora e sim dentro dele, e por esta razão, ele respira confiança. Para chegarmos nesta condição devemos primeiro seguir os passos do mestre; pisar onde ele pisou, seja na grama macia ou no terreno pedregoso. Devemos rir e chorar o riso e o choro do outro; entender o outro; ser o outro. Todas essas coisas não são fáceis de conseguir, portanto, nos preparemos como quem vai à luta. Vamos nos armar de coragem, determinação e muita fé na conquista do objetivo almejado. Não vamos nos desesperar e nos encher de culpa pelas pequenas quedas que inevitavelmente ocorrerão. Vamos usar cada uma das falhas como lições que não devem se repetir e que devem nos tornar mais fortes e mais preparados para as vitórias. Só quem conheceu a derrota tem plenas condições de saborear a vitória.
                Antes de nos arvorarmos em aplicar lições aos nossos irmãos de jornada, devemos primeiro aprender a ouvir aqueles que cruzam nossos caminhos. Cada um de nós, por mais simplório que possa parecer, tem algo a ensinar ao outro e não devemos desprezar o conhecimento que o outro nos traz. O mestre precisa entender a alma humana e uma das melhores formas de adquirir esta capacidade é simplesmente ouvindo, dando um pouquinho de atenção para os outros. Um dia, certamente nos transformaremos em mestres, só depende de nós, mas precisamos antes ser bons discípulos. Só assim daremos ao mestre um sentido para o seu esforço. Neste momento, o mundo já tem grandes mestres e não precisamos de muitos outros. Nesse caso a qualidade importa mais do que a quantidade. Que tal aprendermos primeiro, antes de sairmos por aí achando que podemos ensinar?
                Como em tudo na vida, não devemos levar essa questão a ferro e a fogo. É claro que existem coisas das quais já temos conhecimento, e que podemos passar para os irmãos menos esclarecidos. Na verdade isso é nossa obrigação e faz parte de nossa evolução. O que não devemos fazer é nos colocarmos como superiores em relação a esses irmãos. Eles também estão trazendo algum aprendizado para nós, por isso devemos considerá-los um pouco como nossos mestres também. Esse é o procedimento que vai nos transformar em bons discípulos e futuros mestres.
                Outra coisa que ajudará a nos tornarmos bons discípulos e futuros mestres é a observação. Quando paramos para observar os outros sem pré-julgamentos podemos aprender muito mais. Comunicamos-nos por diversos meios, não só pela boca utilizando palavras. Comunicamo-nos pelos gestos, pelas expressões faciais, pelo olhar, pela respiração, pelo espírito, pela energia, por todo nosso ser. Através da observação isenta de julgamentos poderemos entender o que as pessoas estão sentindo e falando por todos esses modos de comunicação. Chegaremos ao ponto de saber o que se passa com uma pessoa somente pela sua presença, sem que ela pronuncie nenhuma palavra. Assim são os grandes mestres. Sabem o que queremos dizer antes mesmo de abrirmos a boca.
                Dá pra ver que temos muito a aprender antes de nos tornarmos mestres, portanto, vamos tentar primeiro ser bons discípulos. Não importa que nos considerem aprendizes, o que importa é que saibamos quem somos. Temos um longo caminho pela frente, por isso devemos caminhar devagar para não nos cansarmos em demasia. É muito triste ver alguém que se comporta como mestre quando não consegue nem ser um bom discípulo, mas é muito bom ver alguém que nos ensina o pouco que sabe se colocando na condição de quem está aprendendo.

Errar faz parte de nosso aprendizado. Uma das formas de não errarmos tanto é não tentar ensinar aquilo que não sabemos.

Victor

Mensagem psicografada em 04/06/18