É
sempre útil e importante visitar e revisitar o passado para podermos ter uma
noção mais clara daquilo que somos e daquilo que estamos fazendo no presente.
Não devemos viver do/ou no passado, mas sim tê-lo como referência e ponto de
apoio para adquirirmos plena consciência de como devemos agir no presente. Já
sabemos que tudo tem uma causa e que toda causa tem um efeito como determina a
lei da causalidade, que é uma lei universal, portanto, o passado é, sem sombra
de dúvida, muito importante. O que houve no passado é a causa do que acontece
no presente. O passado é importante não só para que façamos esta autoavaliação,
mas também para podermos traçar estratégias para a construção de nosso futuro.
Não
estamos sugerindo que nos tornemos saudosistas ou que fiquemos estagnados e
presos mentalmente a uma época que, em nosso modo de ver, foi melhor, ou mais
feliz ou talvez mais produtiva. A volta ao passado como exercício de buscar uma
visão mais abrangente de nossa estadia na matéria não deve ser encarada como
uma forma de reviver as sensações e sentimentos que ficaram no passado. Nosso
olhar, nossa esperança e nossos planos devem estar sempre direcionados para o
futuro. Cada vez que voltamos a pensar em algumas situações já vividas, ainda
que façamos isso de modo instintivo, sem saber bem por que o fazemos, estamos
seguindo, mesmo sem ter consciência, a lei do progresso, também conhecida como
lei da evolução. Esse retorno ao passado é uma espécie de dispositivo de que a
providência nos dotou e que tem a finalidade de nos fazer caminhar sempre rumo
ao melhor, em direção às fases evolutivas seguintes. Parece paradoxal - que
voltemos ao passado para seguirmos em direção ao futuro, mas é assim mesmo que
o progresso se dá. Essa avaliação, consciente ou inconsciente que fazemos
funciona mais ou menos como uma pessoa que dá um passo para trás, buscando um
impulso para dar um salto maior para a frente do que aquele que daria sem sair
do lugar em que se encontra. Todos nós fazemos este exercício de ida e volta ao
passado. Ele é parte do processo através do qual evoluímos.
Ao
longo de nossas vidas vamos tendo as mais diversas experiências, notadamente
aquelas que necessitamos e que, na maioria das vezes, acreditamos que não são
adequadas para nós. Ora achamos que são repetitivas, ora achamos que são duras
demais, mas o fato é que estamos tendo as experiências que nos cabem e não
outras. Se assim não fosse toda a nossa existência não teria o menor sentido.
Muitas dessas experiências, quer acreditemos ou não, foram até combinadas e
planejadas quando de nossa preparação para a reencarnação. Portanto, cada um de
nós está no lugar certo e na hora certa, passando por aquilo que deve passar, e
assim acontece para o nosso crescimento. Essas experiências vão se acumulando e
se tornando uma rica fonte de pesquisa que pode ser usada sempre que
precisarmos. Somos hoje o produto da soma de todas as nossas experiências nesta
encarnação e nas encarnações passadas. Chegará o dia em que poderemos, pois já
estaremos evoluídos o bastante para tal, revisitar não só nossas lembranças
desta encarnação, mas de todas as encarnações. Isso já pode ser feito quando do
desencarne. Alguns de nós, conforme sua condição evolutiva, naturalmente,
depois do desencarne recuperam de modo muito rápido sua memória integral. São
poucos os que podem fazer essa recuperação, mas no futuro, poderemos todos
fazer isso, e o melhor, faremos isso aqui mesmo, encarnados. Isso ocorrerá sem
que precisemos ser hipnotizados ou submetidos a terapias. Será um processo
natural, fruto da evolução espiritual e material que está ocorrendo de forma
lenta e gradual como tem que ser.
Alguns
de nossos irmãos acabam ficando presos ao passado. Isso se dá pelo mau uso
deste dispositivo que nos permite voltar mentalmente às experiências passadas
através de nossa capacidade de lembrar. Porque isso ocorre? Existem muitas
causas para esse fenômeno. Talvez a mais comum ocorra quando utilizamos este
recurso de progresso para fugirmos do presente, quando ele nos desagrada, ou
quando o consideramos insuportável. Usamos esta capacidade fantástica de
retornar aos fatos já ocorridos para, com eles, substituirmos as sensações,
sentimentos e contrariedades de um presente ou mesmo de um futuro que tememos.
Casos como este podem acabar, e na maioria das vezes acabam como patologias
mentais, muitas delas sem retorno, pelo menos durante a encarnação vigente.
Outra agravante deste quadro que começa com o mau uso das lembranças passadas
são as obsessões. Os obsessores costumam aproveitar-se de pessoas que se
refugiam no passado para prejudicá-las. Percebendo o desejo de fuga da vítima,
o obsessor procura reforçar as lembranças do passado dessa pessoa,
transformando-as em ideias fixas e desse modo fazendo com que o obsedado se
transforme num autômato. Alguém que se prende a determinadas experiências e
dali não consegue se libertar, ou seja, não faz novos planos e não desenvolve novas
ideias. Fica estagnado, comprometendo assim sua encarnação. Isso é algo a que
devemos ficar muitos atentos. Quando percebermos que estamos insistindo em
recordar determinados fatos que não têm como retornarem, é o sinal de alerta
para que voltemos ao presente, porque ele é o que importa. Temos que ter em
mente que as lembranças, boas ou más das experiências passadas, só devem servir
como base para que não cometamos os mesmos erros e para fazermos tudo cada vez
melhor. Lembranças repetitivas é sinal de problema e podem ser uma porta aberta
para a obsessão, isso quando não são elas mesmas, fruto de uma obsessão.
Podemos e devemos visitar e revisitar o passado. Isso é
saudável e faz parte de nossa natureza. Evoluímos através de nossos erros e
nossos acertos e para fazermos este balanço temos que utilizar nossa capacidade
de recordar as experiências boas e ruins que tivemos. Só não podemos fazer
disso uma ponte para escaparmos das experiências presentes ou futuras que nos
farão crescer. Precisamos ter em mente que o crescimento traz dores, mas depois
de toda dor vem o alívio e a certeza de que estamos mais fortes. O acúmulo de
experiências é banco de dados precioso que deve ser mantido para consulta
sempre que necessário, mas não pode ser sustentáculo da encarnação. Quem fica
preso ao passado está simplesmente ignorando o presente e abrindo mão do
futuro.
Devemos
olhar para o futuro. É lá que se encontra a oportunidade de progresso, em
qualquer sentido que entendamos essa palavra. O passado, por mais radiante que
o consideremos, ficou para trás. Vamos pensar que o futuro pode ser melhor
ainda do que o passado e que podemos construí-lo do jeito que quisermos usando
para isso tudo aquilo que aprendemos até agora. Se observarmos atentamente,
veremos que nós somos movidos a sonho. Vivemos muito mais em função daquilo que
desejamos que aconteça do que daquilo que está acontecendo ou que aconteceu.
Somos movidos a esperança e ela aponta para o futuro e não para o passado.
Isso, por si só já razão suficiente para percebermos que o passado tem sua
importância sim, mas que é para o futuro que caminhamos.
Tudo
isso ganha importância maior quando nos vemos como espíritos imortais que têm a
eternidade pela frente. Temos um futuro infinito pela frente, no qual as
possibilidades também são infinitas. Pensado assim, chega até ser irracional
que fiquemos atrelados a algum momento no passado dessa eternidade. Este
passado nunca representará mais do um ponto numa reta infinita. Ponto que não
deve ser desprezado, mas que deve ser considerado apenas uma referência para
que saibamos para onde aponta a reta que nos encaminha para o futuro melhor.
A
providência é sabia e nos dota daquilo que precisamos para a nossa evolução. É
compreensível que nós, pela nossa própria natureza, algumas vezes utilizamos
estes recursos de modo inadequado. Mas isso não pode ser usado como desculpa
para permanecermos cometendo os mesmos erros repetidamente. Como já dissemos, a
evolução tal como a lei de causa e efeito é uma lei divina e como tal não é
discutível, ela apenas é e se cumpre. Visitar o passado buscando um modo de
melhorar o futuro é estar dentro da lei, porém, ficar preso ao passado se recusando
a enfrentar o futuro é uma tentativa de burlar a lei, e isso não é razoável nem
permitido. Permanecer dentro da lei, ou seja, olhar para frente e para o
futuro, buscando o progresso constante, é a melhor forma de estar ajustado à
lei é também uma forma de expressar gratidão ao Criador!
Passado, futuro e presente só
existem em nossa mente, por isso podemos dar maior importância a um ou a outro.
A escolha é nossa!
Victor
Mensagem psicografada em 25/06/2018
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