O Mestre deve habitar em nós!
Precisamos
deixar que o Mestre habite em nós. Devemos representar o Mestre espiritual no
mundo material. Nós, que o seguimos, devemos exemplificar suas ideias vivas, fazer
com que seus desejos sejam realizados. Nós escolhemos o Mestre ou o Mestre nos
escolhe? A verdade é que nos escolhemos mutuamente, nós e o Mestre. Assim aconteceu
porque pertencemos a mesma origem e reconhecemos Nele o caminho. Viemos Daquele
que tudo criou e que tudo sabe, tudo determinou. Pode-se perguntar: para que
precisamos de um Mestre, será que não somos bastante inteligentes para caminhar
sozinhos, para fazer nossas escolhas? A resposta é não. Somos como crianças e
precisamos de alguém a nos orientar, a nos mostrar o caminho para que
conheçamos a nós mesmos e desenvolvamos todos os nossos potenciais. O Mestre é
um pai amoroso.
Um
verdadeiro Mestre não é aquele que nos conduz no caminho. Um Mestre é aquele
que mostra o caminho e deixa que seus discípulos tenham a opção de segui-lo ou
não. Ele sabe que aquele que é conduzido não aprende a caminhar por suas
próprias pernas e precisará sempre que alguém o conduza, e isso não é o que um
verdadeiro mestre deseja para o seu discípulo. O Mestre quer que o discípulo aprenda,
cresça e o supere. Essa é a recompensa que o Mestre deseja mais do que tudo.
Esse é o objetivo do Mestre. Nosso Mestre é Jesus Cristo! Existem outros, mas é
a este que, por amor, nos ligamos e é a este que dedicamos nossos esforços para
que seus ensinamentos atravessem os séculos ajudando o homem na sua caminhada
de volta para o Todo.
Jesus
de Nazaré, o Cristo, como outros Mestres que estiveram entre nós, nos deixou
exemplos de como devemos proceder nas mais diversas situações. Nos deixou
exemplos que, com certeza, não conseguiremos reproduzir plenamente, e talvez
ainda devam se passar alguns séculos até que venhamos a fazê-lo. O Mestre, como um bom educador, nos pediu
para fazer uma centena, porque sabia que, com muito esforço, faríamos uma
dezena. Assim fazem os grandes Mestres. Eles nos pedem o máximo, mesmo sabendo
que faremos o mínimo. Essa é a didática divina. Mesmo sabendo das nossas
fraquezas, Ele acredita em nós, e nos dá a confiança tentar, esperando que
façamos o melhor.
Toda
a doutrina do Cristo pode ser reduzida a esta frase “Ama a Deus sobre todas as
coisas e ao próximo como a ti mesmo”. Como é possível que numa frase tão curta,
toda uma doutrina que se diz universal e atemporal pode estar contida? Pois
vamos dividi-la, analisá-la e ver se chegamos a mesma conclusão do Mestre.
Comecemos por “Amar a Deus sobre todas as coisas”. Hoje não podemos mais
aceitar que a divindade seja aquilo que a humanidade em sua ignorância definiu.
Deus, a consciência cósmica universal, está aquém e além de qualquer definição
possível. Deus é o indefinível. E dizer isso ainda é temeroso porque estamos
dando nome ao inominável. Deus é o Todo. Aquele que está em tudo. Aquele que
simplesmente é. Nada está fora Dele. Amar a Deus, entendendo-o deste modo
significa amar a tudo que nos rodeia. Valorizar cada pedra, cada planta e cada
ser que encontrarmos, porque em todos eles há um pedacinho Daquele que, por
questão de didática chamaremos de Criador. O ideal é que cheguemos ao ponto de
quando olharmos para qualquer coisa que nosso olhos possam ver, possamos sentir
a presença dessa Consciência Cósmica que a tudo deu forma e agradecermos pela
individualização que nos permite essa observação como se fôssemos separados
Dela. Amar a Deus é amar a vida; é agradecer por tudo que existe e por todas as
nossas experiências. Quando conseguirmos reconhecer a divindade nas coisas que
nos cercam, já poderemos nos considerar espíritos conscientemente integrados à
divindade. Poderemos sentir que Deus está em nós e que nós estamos Nele.
Vamos
agora a segunda parte de nossa grosseira análise. “e ao próximo como a ti
mesmo”. Será possível que possamos amar alguém tanto quanto amamos a nós mesmos,
uma vez que nascemos com esse instinto de preservação que sempre escolhe como
prioridade a si mesmo? Vamos dividir também este pedaço da frase do Mestre em
duas para melhor analisá-la. Vejam que, uma frase aparentemente simples, vai
ganhando contornos inesperados. “amar ao próximo”. Para entendermos esta
primeira parte precisamos fazer as seguintes perguntas: Quem é o próximo e quem
está mais próximo de mim? Sem estas respostas não saberemos a quem amar, não é
verdade? Interessante é que estas duas perguntas tem uma resposta só: eu mesmo!
Quem está mais próximo de mim do que eu mesmo? Ninguém! Portanto, para seguir
ao Mestre com precisão devemos amar a nós mesmos. Mas, isso não é exatamente o
contrário do que Ele pregou? Ele nos disse para não sermos egoístas, certo? Bem
vamos para a análise da segunda parte da frase que dividimos, para ver se ela
nos ajuda a sair deste suposto labirinto em que nos encontramos. “como a ti
mesmo”. Vamos ver, se Ele disse para amar ao próximo como a mim mesmo, posso
deduzir que quanto mais amor eu der a mim mesmo, mais amor devo dar ao outro.
Cremos que não há dúvida quanto a isso. Está explícito na frase que devo amar ao
outro na mesma medida em que me amo. Isso nos leva a solução de nossa pequena
charada. Só nos resta uma dúvida: por quem devo começar a amar, a mim ou ao
próximo? Isso Ele não especificou, disse apenas para amar ao outro “como” a nós
mesmos. Complicado? Não. Na verdade, é muito simples, porque uma coisa leva a
outra. Se devemos amar ao próximo na mesma medida, tanto faz amar primeiro a
mim ou ao meu próximo, porque no final amaremos os dois igualmente. Vejam que
com todas as possíveis deturpações que certamente ocorreram pelas inúmeras
traduções desta frase, ela parece ter mantido sua essência. Essa é uma marca do
verdadeiro Mestre. Palavras simples, cujo significado é de uma profundidade
desconcertante. Mas voltando a nossa análise da segunda parte da frase principal,
o que queremos destacar com alguma ênfase, e que também está implícito no
axioma, é que precisamos nos amar, pois sem isso não poderemos amar aos outros.
Não se pode dar aquilo que não se tem!
Quando
dissemos que Mestre deve habitar em nós, estamos exortando a todos os
discípulos a viverem a verdade do Mestre. O Mestre e sua verdade são a mesma
coisa, porque a verdade é a essência do verdadeiro Mestre. Quando colocamos em
prática seus ensinamentos estamos trazendo-o de volta ao nosso convívio e nos
tornando um só. A verdade do Mestre deve habitar em nosso coração. Esta é a
casa que ele escolheria para habitar, sem sombra de dúvida, porque todo grande
ensinamento não é somente feito de palavras, ele sempre vem acompanhado de muito
sentimento, de muito amor e de muita vida.
Qual
é o verbo da frase do Mestre? (em nossa língua o verbo é parte fundamental de
uma frase- sem um verbo, sequer podemos chamá-la de frase) É o verbo “amar”. Se
Ele disse que toda a sua doutrina estava contida nesta frase, certamente o amor
é a parte mais importante de sua mensagem. Quando “amarmos” a Deus; quando “amarmos”
a nós mesmos; quando “amarmos” ao próximo estaremos fechando o grande círculo
da evolução. Estaremos voltando ao Criador e a própria Criação. Estaremos
voltando à Fonte de Todo Amor da qual emanamos. O amor é a base em que fomos
criados. Nascemos para amar e sermos amados. Somos aparentemente muito
diferentes uns dos outros, mas uma coisa podemos afirmar: o Amor é a essência
que restará depois de toda caminhada, depois de toda sublimação.
Não
só Jesus, mas todos os Mestres que vieram ajudar na evolução da humanidade
deixaram ensinamentos importantes, e todos eles muito simples de serem
entendidos, porém muito difíceis de serem vivenciados. Todos os Mestres
pregaram o amor como a ferramenta para o aprimoramento e a transformação do
homem e do mundo para melhor. Em nossa ignorância conseguimos complicar o que é
simples e tornar tortuoso um caminho reto. Isso é errado? Não, não devemos
pensar assim. Devemos entender que isso faz parte de nosso aprendizado, de
nossa caminhada rumo ao Todo. Fomos criados por amor e o amor só pode
construir, nunca destruir, por isso, mesmo quando estivermos passando ou vendo
outros passarem por situações terríveis não devemos nos preocupar, pois algumas
coisas precisam ser reformadas ou mesmo destruídas para serem reconstruídas
numa condição melhor.
Desejamos
que cada um encontre o seu Mestre e que cada um permita que esse Mestre faça
morada em seu coração. Desejamos que todos um dia venham a superar o seu Mestre
e assim fazê-lo sentir-se realizado por saber que seu trabalho não foi em vão.
Uma boa maneira de encontrar o Mestre é abrir o coração, pois sem a abertura
desta porta, cuja chave é o amor, não é possível que Ele penetre e faça ali sua
morada. Desejamos e pedimos que nosso Mestre Jesus, este que em nós habita,
possa abrir os corações de todos, para que cada um encontre seu verdadeiro
Mestre.
Victor
Mensagem psicografada em 09/04/2018
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