Como
em todas as coisas na vida do espírito encarnado, com relação ao aprendizado,
com relação ao conhecimento, devemos ter o mesmo carinho, a mesma consideração.
Isso para podermos nos beneficiar da melhor maneira das novas descobertas, das
novas informações que nos vão chegando das mais diversas fontes. Aliás, a
diversidade das fontes é algo de suma importância. Muito conhecimento provindo
de uma única fonte não é recomendável. O melhor é adquirir conhecimento, ainda
que pouco, mas que provenha de muitas fontes, o que lhe garante a
universalidade. É aconselhável irmos devagar, pois em nossa condição de
encarnados, não temos condições de absorver grande quantidade de conhecimento
de uma só vez sem que isso nos deixe desorientados. Essa é uma das razões pelas
quais a espiritualidade vai trazendo novas informações à moda do conta-gotas.
Querer
conhecer tudo ao mesmo tempo não é outra coisa senão sinal de desequilíbrio,
pois tanto é desequilibrado o preguiçoso que não quer saber de nada quanto o
esforçado que quer conhecer tudo de uma vez. Os mistérios que ainda envolvem as
outras dimensões da vida, particularmente o chamado plano espiritual, estão
apenas começando a serem apresentados. São outras realidades que não podem ser
descortinadas abruptamente. Se assim ocorrer, tal conhecimento pode trazer mais
problemas do que soluções. Ao invés de trazer o progresso, podem nos levar ao
caos. Como podemos ensinar coisas novas para as quais ainda não temos nada que
sirva de base estruturadora? Não podemos, por exemplo, explicar a composição da
água, sem explicarmos o que oxigênio e hidrogênio. Usando o exemplo da
matemática, podemos dizer que estamos na fase de ensinar o que significam os
sinais para depois poder mostrar sua utilidade nas diversas operações com os
números. O homem ainda se encontra numa fase primária, onde os conhecimentos
mais sutis devem ser ministrados de modo gradual. Muito ainda precisa ser feito
em nível de preparação para que estes conhecimentos possam ser absorvidos por
nós em toda sua plenitude
É
sem razão e desnecessário que nos desesperemos para adquirir novos
conhecimentos, para desvendar novos mistérios. Essa ansiedade coletiva, que
pode ser facilmente observada, e que é causada pela pressa de conhecer é a
prova maior do despreparo dos homens para entrarem numa fase evolutiva
superior. Precisamos preparar o recipiente, ter certeza de que ele está forte o
bastante para suportar o conteúdo que pretendemos guardar nele. Se suas paredes
não forem firmes ele se romperá e terá que ser reconstruído, fazendo com que o
processo do aprendizado demore bem mais do que o necessário.
Cada
ser que habita este planeta, independente do reino a que pertença; todas as
coisas animadas ou não, estão sob a supervisão de consciências superiores. Nada
aqui está sem supervisão e governo. Essas consciências elevadas sabem que a
evolução não poder ser apressada. Ela tem o tempo certo de acontecer. Algumas
coisas não podem ser feitas rapidamente. É como um remédio que não pode ser
tomado de uma só vez, porque ao invés de curar, pode até matar o doente. É
bastante compreensível que algumas pessoas sintam essa pressão, esta
necessidade de conhecer cada vez mais. Entramos a pouco tempo numa época onde a
informação é abundante e esse é um dos motivos dessa ansiedade coletiva que
existe hoje, que já pode ser considerada patológica, e que já começa a trazer
problemas para a evolução dos espíritos. É uma fase difícil, onde muitos se
confundirão e terão que recomeçar, mas como tudo o que existe, é também uma
fase necessária. É mais ou menos como alguém que se depara com uma linda
montanha distante. Ele sabe que ela está lá; sabe das belezas que poderá
contemplar quando atingir o seu cume. Porém, existe uma floresta que precisa
ser transposta, e depois ainda terá a escalada pela frente. O viajante deve
estar consciente de que haverá muito perigos e obstáculos a enfrentar, e por
isso deverá caminhar somente um pouco por dia. Deverá parar muitas vezes para o
necessário descanso que lhe renovará as forças. Vencendo os primeiros desafios
chegará ao sopé da montanha preparado para a escalada. Assim deve ser o
estudante das coisas espirituais, um viajante consciente das etapas de sua
viagem, enfrentando-as uma de cada vez, porque não poderá vencer um novo
obstáculo sem que tenha passado pelo obstáculo anterior.
O
conhecimento faz com que o espírito se fortaleça tornando-o mais apto para as
próximas jornadas, seja em que mundo for, seja em que corpo for. Mas é preciso
estar atento para uma coisa aparentemente simples: conhecimento deve ser
acompanhado por sabedoria. É preciso ter a simplicidade que se estampa em toda
a criação para se tornar um sábio. Podemos dizer que a sabedoria é fruto da
observação e não produto de complexos raciocínios. É fácil ver pessoas muito
simples que não conhecem grandes teorias, mas que possuem grande sabedoria. São
pessoas que vivem bem, vivem com tranquilidade e têm vida longa. Isso acontece
porque elas souberam usar essa habilidade que todo espírito tem e que poucos aproveitam
– a sublime arte da contemplação. Isso nos faz lembrar uma velha história. Um
homem considerado grande sábio visitou um homem muito simples e ensinou-lhe
coisas muito interessantes. Ao se despedirem, o homem simples pediu ao sábio
que esperasse um pouco até a chuva passar. O sábio, vendo o dia radiante e o
sol a pique, zombou do homem simples, pois não havia sinal nenhum de que
poderia chover e partiu assim mesmo. Alguns minutos depois o sábio volta, todo
encharcado, embaixo de um tremendo temporal e pergunta ao homem simples como
ele adivinhou que ia chover. Ele respondeu ao sábio que sabia que a chuva vinha
pelo zumbido dos insetos, pelo cheiro do vento e pelo silêncio dos pássaros.
Nesse dia o pseudossábio compreendeu que ainda tinha alguma coisa para aprender
e que havia outros tipos de conhecimento. Costumamos agir como este
pseudossábio da história. Achamos que já sabemos de tudo e deixamos de prestar
atenção em coisas muito simples que podem ser a chave ou a base para novos
conhecimentos.
Devemos
estudar - quanto mais, melhor, com certeza. Mas existem momentos em que devemos
parar o observar o mundo à nossa volta. O mundo é um grande livro aberto, cheio
de conhecimento, que não deve ser desprezado e que não pode ser encontrado nos
livros comuns. O livro do mundo traz conhecimentos que são reconhecidos por
nosso espírito sem que palavras sejam escritas ou pronunciadas. É como se o
mundo penetrasse em nós com toda a sua beleza e grandiosidade. Devemos parar o
olhar o mundo; cheirar o mundo; ouvir o mundo; tocar o mundo e sentir o gosto
do mundo. Algumas pessoas, depois de adquirirem muito conhecimento costumam se
distanciar do mundo, o que é um erro infantil. Chega a ser paradoxal - quanto
mais estas pessoas conhecem o mundo mais se afastam do mundo. Esquecem da lição
mais básica, isto é, que somos parte do mundo, ou melhor, que somos o mundo.
O
que de bom podemos tirar de tudo isso?
Que em tudo precisamos encontrar o equilíbrio. Não adianta sermos
grandes teóricos das estrelas quando ainda não compreendemos o solo em que
pisamos. Não devemos desprezar o conhecimento das pessoas mais simples. Todos
têm alguma coisa a aprender e alguma coisa a ensinar, por isso estamos aqui,
para nos completarmos e caminharmos juntos para uma condição evolutiva melhor.
Vamos aprender qual é composição química da água do mar e da areia da praia,
mas vamos acordar cedo e caminhar à beira da água para sentirmos a carícia que
fazem em nossos pés; vamos ouvir o canto do mar. Vamos sentir a pulsação da
Terra no ir e vir das ondas. Essa dupla forma de nos relacionarmos com o mundo
nos dará o conhecimento integral e não parte dele. Desse modo, poderemos
entender e sentir a grandiosidade da criação em todas as suas formas de
expressão.
Conhecer
é reconhecer. Sabendo que no universo tudo está interligado, incluindo a nós,
espíritos, encarnados ou livres, podemos concluir que o conhecimento do
universo já está em nós, uma vez que fazemos parte dele e que tudo está
interligado. Sabendo disso, chegamos também à conclusão de que o melhor modo de
conhecer o universo é conhecer a nós mesmos. Isso não é novidade, chega mesmo a
ser uma repetição maçante. É o tipo de conhecimento que, por ser de uma
simplicidade desconcertante, faz com que o desprezemos. Esse é outro erro
básico que cometemos. Tudo está em
nós. Cada espírito é um pequeno universo em expansão e
conhecendo a si conhecerá o Todo, do qual é parte essencial.
Busquemos
conhecimento nos livros, busquemos aprender dos mestres, mas não nos esqueçamos
de buscar dentro de nós mesmos, e a melhor forma de fazermos isso é parar de
vez em quando para observar e contemplar o mundo ao nosso redor. A natureza nos
mostrará pacientemente como devemos nos conduzir para aproveitarmos efetivamente
nossa estadia na matéria. Vamos nos guiar pela razão sem esquecer que o guia
maior é nosso coração. Vamos aprender a ouvir a voz da Terra e a nossa voz
interior, porque ambas falam a mesma língua - a língua dos anjos.
Victor
Mensagem
psicografada em 07/05/2018
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